sábado, 20 de junho de 2009

Na Madrugada - Parte 1

Madrugada de sexta, tempo frio e chuvoso. Deitado sobre sua cama pensava no que fazer para passar seu tédio.

Olhava para o teto, de madeira, já velho devido ao tempo. Levantou-se e dirigiu-se para a janela, grande, de vidro que dava de frente para a rua, ainda de pedras, típica do interior, e ainda com lampiões que iluminavam poucas casas onde pessoas ainda estavam acordadas.

Vestiu um casaco, pegou sua cartola, e sua maleta de “trabalho”, e saiu à noite, de encontro a alguma alma bêbada, ou alguma prostituta perdida pela cidade.

Passo a passo ele desce as escadas da hospedaria onde se encontrava, e no fim da escada, já começa a ouvir, ao longe, sons de pessoas que ainda estavam acordadas. Saiu do prédio, e caminhando lentamente pela rua (que pela hora e frio, fez-se criar um “tapete de nuvens”), pôde ver que os ruídos eram na verdade gemidos. Andando mais um pouco, notou que não era só um gemido, mas dois. Aproximando-se mais dos sons, conseguiu, finalmente, distinguir seus donos. Havia uma prostituta e um homem, que pelas roupas, pertencia a algum cargo importante, talvez algum político, algum religioso disfarçado, ou sabe-se lá quem.

Ficou parado por um tempo, observando aquela bela cena, um sexo animal, selvagem, entre duas pessoas, que enquanto se deliciavam um com a carne do outro, resistiam ao máximo para não acordar os vizinhos ou chamar atenção de quem passava ao longe (como se fossem muitas pessoas).

Passado uns dez minutos, repousou sua maleta no chão e começou a abri-la, sem tirar o olho do casal.

Sem fazer barulho, revirou suas “ferramentas”, ate que tirou de lá uma mordaça, um frasco de vidro com um líquido, e um lenço.

Esperou calmamente até que ambos estivessem esgotados, e de mansinho foi se aproximando por trás do homem. De seu casaco tirou uma barra de ferro, de uns quarenta a cinqüenta centímetros, fina e com ponta bem afiada.

Foi chegando cada vez mais perto, silencioso, e num golpe fulminante, e de uma só vez, cravou o objeto no crânio do infeliz, que nada pôde falar. Sua cabeça deitou sobre o colo da mulher, que começou a acariciá-la, quando, em uma passada de mão, notou algo meio espesso e quente. Viu que era sangue, e em estado de choque, desmaiou na hora.

Com um olhar de alegria, olhou para os corpos, e pensou: “Mais um serviço bem feito, mas para ela tenho outros planos...”.

Deixou o corpo do homem no mesmo lugar que estava, e pegou a mulher, carregando-a para fora da cidade, onde havia um bosque. Poucas foram as pessoas que perceberam aquele homem carregando uma mulher, mas os que viram falavam consigo mesmo e com outros que os acompanhavam: “Veja só aquela moça, a festa foi animada pra ela!”, mas eles mal sabiam que a festa ainda iria começar...

Nenhum comentário:

Postar um comentário